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Da cidade para o campo: veja tecnologias antes vistas só em carros achadas em máquinas do agro

Máquina movida a eletricidade, telemetria, câmeras e piloto automático são algumas das características que foram parar em tratores e colheitadeiras para facilitar a vida do produtor rural. A expectativa do setor de máquinas e equipamentos em 2023 é de crescimento de 2,4% na receita líquida dos fabricantes, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A tecnologia aplicada confere competividade ao setor. No campo, o que se espera de tratores e colheitadeiras, por exemplo, é eficiência que possa otimizar recursos potencializando a produtividade.

Máquina movida a eletricidade, telemetria, câmeras e piloto automático são algumas das características que foram parar em tratores e colheitadeiras para facilitar a vida do produtor rural. A expectativa do setor de máquinas e equipamentos em 2023 é de crescimento de 2,4% na receita líquida dos fabricantes, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A tecnologia aplicada confere competividade ao setor. No campo, o que se espera de tratores e colheitadeiras, por exemplo, é eficiência que possa otimizar recursos potencializando a produtividade.
Muitas dessas tecnologias disponíveis no maquinário agrícola são facilmente encontradas nos veículos nas cidades e até mesmo saíram dos carros de corrida. Elas foram das ruas para o meio rural por causa das facilidades oferecidas ao operador, que é o motorista.
Na Agrishow, feira voltada para o agronegócio que acontece em Ribeirão Preto (SP), o g1 conversou com expositores que apresentam uma série de novidades para pulverizadores, tratores, colhedeiras para a tomada de decisão mais assertiva.
g1 mostra Agrishow 2023 em fotos
Dados da máquina na palma da mão
Um dos assuntos em destaque na feira são os benefícios oferecidos pela telemetria. Ela possibilita a gestão e o poder de visualizar todos os dados da máquina agrícola mesmo estando distante dela.
Cabine de pulverizador com tele que monitora toda a máquina com finalidades de manutenção e aumento de eficiência
Massey Fergusson/Divulgação
O pulverizador da Massey Ferguson, equipamento usado para aplicação de defensivos agrícolas na lavoura, possui sensores que trabalham ligados a uma telemetria que monitora toda a máquina com duas finalidades: manutenção e aumento de eficiência.
“Se comparar com um carro, por exemplo, o carro de Fórmula 1 é monitorado o tempo todo e quando o piloto chega no box, as pessoas já sabem o que aquele carro precisa para continuar rodando da melhor forma possível. No pulverizador é a mesma coisa, os sensores mostram se a máquina está com algum problema, qual a situação dela, se é possível aumentar a eficiência dela no consumo de combustível, então ele monitora todo o sistema do motor, da transmissão e também de aplicação do defensivo”, explica Lucas Zanetti, gerente de marketing de produtos da Massey Ferguson.
Zanetti afirma que tudo é feito através de um aplicativo ou um computador depois que a máquina é cadastrada nele.
“Se utilizado de forma correta, é possível estimar uma economia de cerca de 15% de combustível da máquina”, afirma. A máquina de pulverização também trabalha com sistema de câmbio e piloto automático, trazendo comodidade ao operador e facilidade para a aplicação do produto na lavoura.
Lavoura retinha com piloto automático
Ao passar por uma lavoura, as linhas simétricas chamam a atenção. A distância de um pé do outro, os corredores, o aproveitamento da área plantada. Uma das ferramentas que auxilia a exatidão é o Geo Bird, da Fuse, que atua em duas frentes complementares.
A primeira é a ferramenta on-line e gratuita, que permite que o produtor rural cadastre o talhão. A partir daí, esse sistema mostra para o agricultor qual a melhor forma de fazer o plantio com o uso do maquinário.
GeoBird auxilia justamente no plantio da lavoura em linhas simétricas
Divulgação
O coordenador comercial da Fuse, Eduardo Granso, explica que muitos produtores não planejam o plantio e acabam errando. Por esse sistema, ele traça as linhas para semear as sementes e dá sugestões para trabalhar nelas da melhor forma.
“Também mostra alguns atributos como, por exemplo, quanto tempo vai demorar para completar a operação toda do plantio, quantas voltas vai ser preciso a máquina dar [no campo]. Então quando ele define a sua operação no campo, ele insere ela no piloto automático que executa tudo sozinho”, afirma Granso.
É necessário manter o operador ainda na máquina, mas ele não precisa se preocupar em se manter na linha do plantio. Ele consegue prestar atenção na parte de trás, onde de fato está acontecendo a operação, onde a semente está caindo.
“Ele trabalha como a gente no carro, quando não sabemos para onde ir e recorremos ao Waze, por exemplo. É a mesma coisa, você planeja a sua rota de operação, ele calcula o melhor sentido para trabalhar e ter mais eficiência no plantio”, completa Granso.
Produtor rural opera máquina com o Fuse Guide
Divulgação
De acordo com o coordenador comercial da Fuse, Ravel Dagios, a segunda etapa é a transmissão dos dados para o volante automático, adquirido individualmente e que pode ser facilmente instalado em qualquer trator, inclusive nos antigos com direção hidráulica, para a execução do plano com o piloto automático.
“O volante automático o produtor rural consegue otimizar isso em mais de um equipamento que ele tem na propriedade, ou seja, pode ser instalado no trator, em seguida pode tirar esse equipamento e usar no período da pulverização, retira novamente e usa na colheita. Com isso, fica mais fácil e mais acessível essa tecnologia que vem com intuito de beneficiar o produtor, reduzindo custos com insumos e melhora a eficiência operacional do agricultor que não tenha tanto poder aquisitivo”, explica Ravel.
Esse equipamento custa a partir de R$ 59 mil.
Marca apresenta trator movido a eletricidade que deve estar disponível no mercado em 2024
Case IH/Divulgação
Máquina movida a eletricidade
Assim como carros elétricos são a aposta das montadoras para o futuro, máquinas elétricas começam a fazer barulho no mercado rural, substituindo o popular óleo diesel e até mesmo o biometano, que já é uma fonte de energia sustentável.
O trator elétrico, por exemplo, é uma novidade que a Case IH apresenta na Agrishow. A máquina deve começar a rodar no Brasil a partir de 2024.
O trator é 100% elétrico e a potência varia de 55 a 90 cavalos, movidos a baterias com geração de seis a oito horas de funcionamento.
O gerente de marketing de produtos-tratores da empresa, Lauro Rezende, explica que esses tratores podem ser carregados com carga rápida de uma a duas horas ou carga lenta, que passam a noite toda no ponto de carregamento.
“O ponto chave desse trator é que ele tem zero poluentes, ruídos reduzidos em 95% e traz todas as tecnologias de automação e telemetria, então você consegue controlar ele pelo celular. Ele possui vários sensores que podem reconhecer obstáculos, auxilia a tomada de decisão”, diz Rezende.
Opere +, da New Holland, é uma tecnologia por meio de um aplicativo de telemetria de baixo custo
Divulgação
Automatismo também para o pequeno
O aplicativo Opere +, da New Holland, é uma tecnologia por meio de um aplicativo de telemetria de baixo custo, indicado principalmente para o pequeno produtor, aquele que está começando a produção.
Basta um celular para que o agricultor tenha acesso a uma série de informações valiosas para a tomada de decisão mais precisa.
“Depois que o aplicativo é instalado, o produtor insere os dados da máquina nele e, a partir daí, o operador fica dentro do trator com o aparelho e vai fazendo as operações normalmente. O aplicativo vai registrando tudo, onde o trator está passando, quantos hectares ele trabalhou, se ele parou em algum momento, qual foi o consumo de combustível utilizado em determinada operação”, explica Flávio Rielli Mazetto, diretor de marketing de produto da empresa.
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